segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Valve entrando para o mercado de consoles e sistemas operacionais

Em uma certa semana de 2013, a Valve fez três grandes anúncios: o Steam Controller (um gamepad com diversos recursos e bastante "diferente" do se tem visto por aí), o Steam OS (um sistema operacional voltado a jogos) e as Steam Machines (que são basicamente computadores para você colocar na sua TV). A proposta inicial e principal propaganda é que eles querem levar o Steam para a sala de estar, o que vai colocar o computador na Guerra dos Consoles (tão bem abordada em South Park).

Fonte: Tribo Gamer.

Há alguns dias, foram enviados 300 protótipos de Steam Machines para usuários ao redor do globo, de maneira que estas pessoas possam testar este equipamento. Mas, enfim, o que são essas coisas todas e o que a Valve está querendo com isso?


O Controle



Ao que parece, é um controle com dois touchpads no lugar onde tradicionalmente ficavam os botões e o direcional. Ambos são clicáveis e o objetivo geral do controle é substituir de maneira satisfatória o teclado e o mouse. Assim, com este equipamento, você teoricamente pode levar pra sala títulos que antes eram mais confortáveis de jogar na escrivaninha: jogos de estratégia, alguns simuladores mais complexos e, principalmente (já que possuem um público muito grande), fps (First Person Shooters, ou, jogos de tiro em primeira pessoa).

Um amigo da área de biológicas, no entanto, se mostrou cético em relação a esta possibilidade. É extremamente difícil substituir o mouse desta maneira: para movimentá-lo contamos com três articulações (ombro, cotovelo e pulso). No caso do direcional do controle, os movimentos estão limitados às duas articulações do dedão, que além de menores possuem movimentos mais limitados que as usadas para mexer o mouse, permitindo uma amplitude de movimentos muito menor.

Ainda não testei esse brinquedo, mas se a Valve quiser me enviar um exemplar, ficarei feliz em brincar um pouco de Left 4 Dead 2, Wasteland 2, DOTA 2, Portal 2 e outros títulos que estão na minha conta do Vapor.

O Sistema Operacional




A Valve está desenvolvendo um sistema operacional baseado em Linux voltado para jogos e o nome desta coisa fofa é SteamOS. Mas por que isso?

A esse respeito, algumas coisas são importantes. Vamos a elas.

Primeiramente, a principal fonte de renda da Valve, se não me engano, é a distribuição digital através do Steam: nele, você compra um jogo e ao invés de receber uma caixa com o produto na sua casa, você ganha um lugar para baixar este jogo toda vez que quiser. Neste estilo de compra, a Valve fica com uma parte do dinheiro usado na compra (30%, se não me engano) e o resto paga impostos e vai para o desenvolvedor ou publisher do jogo.

Basicamente, é assim que a Apple Store e o Google Play funcionam e, mais que isso, a Microsoft pretende fazer algo semelhante para o Windows, sistema operacional mais usado do mundo, pegando para si uma parte dos consumidores que utilizam o Steam.

Correndo o risco de perder uma parte de seu mercado, a Valve está criando um sistema operacional para competir com o Windows. Mas, além disso, acontece uma coisa extremamente interessante: em relação a jogos, o Linux é muito mais eficiente que o sistema da Microsoft.


O primeiro teste que a Valve realizou em relação a jogos no Linux foi com Left 4 Dead 2: O jogo era exclusivo para consoles e Windows, então decidiram ver como funcionaria fazê-lo funcionar no sistema operacional do pinguim. O resultado foi que num mesmo computador, consegue-se jogar com melhores gráficos neste último sistema. E isso acontece com outros títulos também, dentre eles, DOTA 2.

Enfim, juntando estes dois fatos aliados também à proposta de levar o Steam para a TV da sua sala, surgiu o projeto do SteamOS, cuja versão inacabada já está disponível na internet para testes. Lembrando que a própria Valve salientou que esta versão é só para usuários avançados de Linux, pessoas normais não vão conseguir fazer muita coisa, além dele não funcionar com placas de vídeo que não sejam da NVidia por enquanto.

Steam Machines


Para completar, foram anunciadas também as Steam Machines: produtos semelhantes a consoles, que na verdade são computadores rodando o SteamOS. As Steam Machines são plugadas diretamente na TV, o que fecha com a ideia de colocar jogos de computador na sala, usando o Steam Controller.

Trata-se basicamente de um console que é na verdade um computador e por isso já possui diversos títulos consagrados. E aí está a grande sacada: enquanto PS4 e X-Box One ainda não possuem muitos jogos de renome, as Steam Machines, mesmo antes de serem lançadas, têm milhares de títulos de computador. E, além disso, qualquer computador poderá ser transformado em uma Steam Machine, bastará instalar o SteamOS nele. Assim, você terá um videogame que é um computador e, caso necessite melhorá-lo, será extremamente fácil fazer isso: você não vai precisar esperar que outro console seja lançado, basta comprar mais memória RAM, trocar o processador e/ou a placa de vídeo.

E, o mais legal, você nem precisará do controle deles. Se quiser instalar o SteamOS e continuar com o mouse e o teclado na escrivaninha, você pode. Os jogos ainda vão rodar muito melhor aqui do que no Windows.


Tem mais ainda: para alcançar o público dos consoles, a Steam está criando pacotes fechados de Steam Machines, aqueles exemplares que chegaram aos Beta Testers um pouco antes do último final de semana. Enfim, o mercado de games vai experimentar novos conceitos bastante interessantes em 2014 e no começo de 2015.

Pensamentos finais...

Ainda é muito cedo para especular precisamente o que pode acontecer, mas só o anúncio desses produtos da Valve já deixou grande parte da comunidade gamer em alvoroço. Será que finalmente vamos nos livrar de softwares proprietários como o Windows? Com a Valve entrando no mercado de consoles, a pirataria vai diminuir? Será que esses produtos vão ser bons de verdade? Só resta esperar...

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