terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sobre Final Fantasy

Alô alô criançada! (alguém aqui lembra do Bozo, o palhaço drogado?)... voltando ao tema do post, falarei um pouco sobre Final Fantasy, mais precisamente sobre alguns equívocos, e a situação em que a marca se encontra hoje.



Para os fãs de J-RPG ou apenas para aqueles que gostam de jogos com bons enredos e personagens, poucas coisas têm sido tão decepcionantes como os últimos jogos da franquia de RPG mais famosa de todos os tempos: Final Fantasy.
Sinceramente, eu duvido que qualquer gamer, em sã consciência, consiga questionar a supremacia da Square nos RPGs durante os anos 1990 (e início dos anos 2000, com o Final Fantasy IX). E porque isso ocorreu? Bom, acredito que seja impossível explicar este contexto com poucos fatores, mas eu destaco alguns:
1) Os videogames estavam realmente começando, então praticamente tudo era novidade, havia muito espaço para inventar coisas novas, afinal não existia uma tradição do tipo "isso dá certo e aquilo não".
2) Enredos cativantes, personagens idem e mundos gigantescos para explorar.
3) Gráficos excelentes, sobretudo as CGs. Isso parece não ter importância hoje, mas na época do PSOne, aquelas CGs bem feitas pareciam mágica aos olhos dos jogadores mais imaginativos .
4) Mecânicas de jogo empolgantes! Por mais que as vezes fosse necessário passar horas e horas upando, os jogos continham muitos itens e armas secretos, minigames e coisas do tipo para que se mantivessem interessantes.

Desde o Final Fantasy I até o IX tivemos o período de ouro dos J-RPGs (foi nessa época que também tivemos Legend of Mana, Breath of Fire, Chrono Cross, Chrono Trigger entre inúmeros outros títulos fantásticos). Na minha opinião o título que realmente consolidou a série foi o Final Fantasy IV, principalmente pelo design das batalhas e dos jobs, além da dificuldade estupidamente fascinante que esse jogo possui...

O que explica, então, a queda na qualidade dos jogos da franquia, o desânimo de milhares de fãs e falta de confiança e expectativa nos novos títulos? Não é difícil encontrar, em blgos e fóruns, comentários de gamers que simplesmente não confiam mais na Square e não sabem o que esperar.
Final Fantasy X e Final Fantasy X-2 - O princípio do fim...
Não há dúvidas sobre o papel revolucionário que o FF X representou, afinal era o primeiro jogo da franquia na geração passada, com novas possibilidades gráficas e de dublagem dos personagens. Neste sentido, podemos dizer que estes títulos foram bem sucedidos. Aliás, acredito que nenhum episódio da franquia possa ser acusado quanto aos recursos gráficos empregados. Contudo, estes jogos estão longe de ser unanimidade, e para isso destacam-se a linearidade do FF X (obrigando o jogador a seguir um caminho pré-determinado pelos mapas) e o sistema de missões do FF X-2. Aliás, tudo que você espera de um Final Fantasy, você não encontra no FF X-2... então já podem imaginar o impacto que ele teve. Assim, apesar de firme, a estréia no PS2 poderia ter sido melhor, sobretudo se não tivessem inventado uma seqüência direta que só conseguiu denegrir o nome da franquia.

Final Fantasy XI - O mais obscuro... Sinceramente, nunca joguei este título, mas, por tudo que vi e li, parece ter deixado um pouco a desejar. Ele representa o desejo da Square de se consolidar no mundo dos RPGs online, e para isso ela utiliza seu principal título. O lançamento foi lento, mas o jogo engrenou e conquistou uma base sólida de jogadores/ assinantes. E é possível encontrar muitos elementos tradicionais como os jobs e sidequests.


Como já podem imaginar, teve pouquíssima repercussão no Brasil, uma vez que os requisitos de rede e placa de vídeo, naquela época, estavam além do que era comum à maioria dos gamers. Embora tenha se saído bem, o título desagradou muito pela demora necessária ao desenvolvimento de cada personagem. Caso queira jogar, prepare-se para dedicar alguns bons meses upando... tudo no jogo é muito extenso e demorado, desde as caminhadas aos minigames. No fim das contas, parece ter sido um jogo que não contribuiu para a série principal, mas cabe lembrar que os servers ainda estão funcionando mais de anos após o lançamento, e isso parece um sinal de que, de algum modo, as coisas deram certo...

Final Fantasy XII - Um suspiro de alívio...
O FF XII surge como o último título da geração passada e, além de marcar o retorno da aposta online para as plataformas, tem a missão de superar o fiasco de FF X - 2.  E, felizmente, podemos dizer que cumpriu o seu papel! Além de tudo, ainda temos a despedida de Nobuo Uematsu como compositor da série principal e a entrada do Hitoshi Sakimoto. Ah sim, FF XII também foi o único da geração passada a receber nota máxima na Famitsu (embora muitos fãs discordem disso).

A história se passa no Mundo de Ivalice (o mesmo de Tactics, Tactics Advance e Vagrant History) e traz muitos elementos desses outros jogos, o que para mim, fã de Tactics, é algo realmente motivador. Com gráficos excelentes, uma bela trilha sonora, um sistema de batalhas dinâmico (não existem mais turnos, e também não se muda de tela para o combate, os inimigos estão no mapa, em tempo real), inúmeras sidequests e a liberdade de explorar o mundo da forma que quiser, fazem com que seja de fato um grande jogo. Posso dizer com convicção que é um dos meus RPGs preferidos, mas peca em dois aspectos: enredo e personagens. Na minha opinião (e de outros gamers em fóruns), o enredo é fraco e previsível, e o mesmo acontece com os personagens principais, mas isso não é o suficiente para prejudicar a imagem do jogo, sobretudo tendo em mente o contexto do qual falamos.

Final Fantasy XIII  e suas 25 horas em corredores...
Eis que a série chega à atual geração de consoles, e não é preciso dizer toda a expectativa que existe em torno de seus títulos, sobretudo tendo em vista o potencial gráfico disponível e o anúncio do primeiro título da série principal a ser multiplataforma.  E assim, após longos anos de espera, FF XIII conseguiu decepcionar a todos, tanto da crítica quanto dos jogadores.

Ah... mas não existem pontos positivos no jogo? Sim, claro que existem: os gráficos são belíssimos, os personagens são interessantes e carismáticos e o enredo foge um pouco do clichê, embora ainda mantenha traços tradicionais e previsíveis. Porém... a linearidade matou o jogo, assim como seu sistema de evolução e sidequests. Imaginem um jogo com aproximadamente 40 horas de duração, sendo que 30 dessas horas são obrigatoriamente jogadas em linha reta (literalmente falando!). Embora os ambientes mudem, a dinâmica permanece. Praticamente não há exploração, não há cidades ou minigames, então o jogador se vê forçado a seguir em frente e derrotar os inimigos... preciso comentar a falta de desafio / motivação que isto representa?

Por si só, esta característica torna o jogo maçante e implode uma das principais características da série: liberdade de exploração e evolução. Pois, além dos corredores infinitos, o sistema de evolução (o Crystarium) só se torna plenamente acessível após cerca de 12 horas de jogo... E, por incrível que pareça, a única área aberta do jogo (Gran Pulse) se mostra apenas como local de treinamento, para que os personagens evoluam antes de encararem a última parte do jogo. Por fim, as sidequests também se tornam disponíveis apenas quando estamos no fim do jogo... e não apresentam um sistema particularmente atraente.

Final Fantasy XIV - O fundo do poço... e o renascimento

Pode parecer absurdo afirmar que uma das maiores franquias dos videogames chegou ao fundo do poço, mas tenho argumentos para isso. Primeiro: por se tratar do jogo posterior ao FF XIII, deveria, no mínimo, levantar o nome da marca. Segundo: tanto o IGN, quanto o Metacritic e mesmo a Famitsu classificaram o jogo com péssimas notas (segundo a IGN, é medíocre). Terceiro: após um lançamento turbulento, perda de clientes e um prejuízo absurdo em seus seis primeiros meses, toda a equipe de produção de FF XIV foi demitida!

Acredito que estes argumentos sejam suficientes para provar a minha afirmação. Há ainda a famosa declaração do presidente da Square, Yoichi Wada, de que este título foi o maior fracasso da história da empresa. Recentemente ele declarou: ""A marca Final Fantasy foi bastante danificada". Depois, ele completou dizendo que "As reformas que a Square Enix está fazendo no jogo irão continuar, e isso equivale a refazer totalmente o jogo". Ao concluir, Wada disse que espera reviver o Final Fantasy XIV que deveria ter sido lançado." (Fonte: finalfantasy.com.br). Enfim, a interface proposta foi considerada confusa, os jogadores não tinham como saber quais os próximos pontos do jogo, o sistema de trocas era falho (incluindo a perda inexplicável de itens e armas) e etc... basicamente foi um tiro no pé...

E a Square cumpriu com a sua palavra e encerrou por alguns meses os servidores para a primeira versão do jogo e começou a trabalhar em "A Realm Reborn", com a promessa de reviver este título, corrigindo suas falhas e acrescentando novos elementos. Acompanhei diversos pontos desse projeto de atualização e realmente estou empolgado para ver o resultado final, deixo com vocês um dos últimos vídeos lançados a respeito deste relançamento:




Final Fantasy XIII-2 - A promessa de redenção...

Bom, depois de dois fracassos comerciais e de crítica, FF XIII-2 teve uma missão difícil pela frente... ainda mais tendo em conta o fiasco que foi a única continuação direta que tivemos (FF X-2) e o fato de que a equipe de produção é a mesma que a da seqüência anterior. Ou seja, dá para confiar?
Minhas razões para isso são as entrevistas dos produtores, nas quais anunciam que todas as modificações realizadas foram baseadas nas principais críticas ao FF XIII, ou seja: fim da linearidade, maior liberdade do sistema de evolução dos personagens, sidequests desde o início do jogo e muita exploração. Se realmente cumprirem o que afirmam, o título tem tudo para dar uma guinada positiva na marca, assim como o fez Final Fantasy XII.

Sinceramente, após jogar FF XIII-2 o achei mais interessante que o FF XIII, mas ainda com problemas sérios, a começar pelo enredo, que me pareceu uma continuação feita às pressas e sem muito sentido, mas tem gente que gostou... O sistema de lutas permaneceu o mesmo, o que não é um problema, afinal é bastante dinâmico. Mas e a linearidade? E o sistema de evolução? E as sidequests? Tudo isso foi realmente melhorado, mas acho que não o suficiente, e olha que sou fanboy da franquia. A linearidade espacial foi amenizada pela possibilidade de viagem no tempo, ou seja, o jogador pode visitar diversas áreas não necessariamente relacionadas ao enredo principal, maaas os mapas ainda continuam com limitações, na minha opinião. O sistema de evolução permanece o mesmo, mas agora você finalmente tem liberdade para começar a especializar seu personagem desde o começo do jogo. As sidequests foram acrescentadas em quantidade, mas a qualidade não teve um grande salto, ou seja, na maior parte dos casos são missões tediosas ou simples demais.

Mas o jogo continua muito bonito e com uma boa trilha sonora. Penso que um dos maiores problemas dessa seqüência seja a pequena participação dos personagens do primeiro jogo, uma vez que o enredo concentra-se sobre a dupla Noel e Serah, afinal, um dos pontos fortes era justamente a personalidade dos personagens. Não acho que tenha sido um jogo ruim, mas também não é um jogo que consigo indicar sem fazer ressalvas.

Final Fantasy XIII-3 - O Final da Saga

E para surpresa de muitos a Square-Enix anunciou FF XIII-3! Pretendem com isso encerrar a saga de Lightning e companhia...mas alguém realmente se importa? Se FF XIII teve uma repercussão negativa ou mesmo fria, FF XIII-2 pode ser considerado, no mínimo, como uma aposta controversa...então, será que realmente vale a pena investir mais nisso? Sinceramente, não espero muita coisa deste terceiro jogo, mesmo que esteja curioso para ver como a saga será terminada. Outra coisa que me chamou atenção pelos trailers foi o fato de alguns antigos companheiros terem se tornado vilões, como no caso de Snow.

Outro elemento que parece ser um grande diferencial deste título encontra-se na passagem real do tempo e mudança dos ambientes e inimigos...esta é uma promessa que eu já ouvi em muuuuuuuitos jogos, mas nunca vi ser executada da forma como merece. Quem sabe a Square não consiga romper esse limbo... Segue um vídeo no qual podemos conferir vários aspectos do novo game:



Final Fantasy XV -  Ainda há esperança!

Sei que o título parece dramático, mas tem suas razões de ser. Primeiro, o atual FF XV, como devem saber, é o falecido FF Versus, prometido para o PS3 (junto com o The Last Guardian...), ou seja, para aqueles que aguardavam ansiosos por informações sobre o Versus: nem tudo está perdido. Em segundo lugar, FF XV parece ter realmente mexido com os fãs, ao menos pelos trailers, a Square parece ter acertado a mão na elaboração deste jogo, seja pelos gráficos ou pela jogabilidade. O que podemos ver é um sistema de batalhas realmente dinâmico, gráficos belíssimos, opções relevantes de exploração e personagens e enredos interessantes. Contudo, são apenas trailers e nada garante que o jogo realmente será satisfatório, afinal a expectativa quando se fala em um bom game da série FF é sempre alta. Confiram o trailer da E3 2013:





Confesso que há muito tempo não ficava empolgado com FF, mas FF XV reacendeu a chama fanboy dentro de mim! Será que a Square aprendeu a lição? Espero que sim, pois os RPGs ocidentais estão se tornando cada vez mais relevantes (e divertidos). Há quem culpe o Nomura por essa seqüência de tropeços, pois, segundo algumas fontes, ele estaria mais preocupado com a estética do que com a jogabilidade. Não sei dizer o quanto isso pode ser verdade ou mentira, mas não podemos esquecer dos trabalhos sensacionais de Nomura na direção da série Kingdom Hearts e do jogo que pra mim foi um dos melhores RPGs que já joguei: The World Ends With You (TWEWY).

Afinal, o que um J-RPG precisa para se destacar? Falarei um pouco mais sobre isso no próximo post (que será em breve, eu prometo!), onde trarei minhas opiniões sobre Project Phoenix, Xenoblade e TWEWY.

See ya...

Nenhum comentário:

Postar um comentário